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APEC: História, Membros, Objetivos e Iniciativas

Esta imagem apresenta o logotipo oficial da Cooperação Econômica da Ásia-Pacífico (APEC). No centro, há um globo estilizado em forma oval horizontal, sombreado principalmente em gradientes de azul para representar o oceano, com linhas brancas de longitude e latitude. As massas de terra estão representadas em verde, mostrando partes da Ásia, Austrália e das Américas, enfatizando a região Ásia-Pacífico. No centro do globo, em letras maiúsculas brancas em negrito, aparece com destaque a sigla "APEC". Abaixo do globo, está o nome completo "Asia-Pacific Economic Cooperation" em letras pretas em negrito, com "Asia-Pacific" na primeira linha e "Economic Cooperation" na segunda. O design é limpo e profissional, transmitindo a imagem de uma organização internacional formal.

A Cooperação Econômica da Ásia-Pacífico (APEC) é um fórum econômico regional criado em 1989 com o objetivo de promover crescimento econômico sustentável, prosperidade e integração na região Ásia-Pacífico. Com sede em Singapura e reunindo 21 economias membros, serve como uma plataforma para promover o comércio e investimento livres e abertos, reforçar a cooperação regional e incentivar a inovação e a inclusão no desenvolvimento econômico.

O que diferencia a APEC de muitas outras organizações internacionais é sua abordagem não vinculativa e baseada em consenso. As economias membros se comprometem voluntariamente com as iniciativas, sem imposição de tratados formais, priorizando a flexibilidade e o benefício mútuo em detrimento de obrigações legais. Esse modelo cooperativo permite que economias avançadas e em desenvolvimento trabalhem juntas em desafios comuns, que vão desde a liberalização do comércio até a transformação digital e o desenvolvimento sustentável.

Ao longo dos anos, a APEC se tornou um dos fóruns mais influentes do mundo para o diálogo econômico, responsável por moldar diretrizes políticas e facilitar iniciativas que afetam quase metade do comércio global. Por exemplo, entre 1989 e 2008, o comércio entre as economias da APEC cresceu quase 400%, uma taxa muito superior à média global. Atualmente, as economias da APEC representam cerca de 46% do comércio global e mais de 60% do PIB mundial.

História da APEC

A ideia por trás da APEC surgiu no final dos anos 1980, um período marcado pelo crescente interdependência econômica na Ásia-Pacífico e pela ascensão de blocos comerciais regionais. Na época, a Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) vinha obtendo grande sucesso em suas conferências pós-ministeriais, nas quais os Estados-membros e seus parceiros se reuniam para discutir cooperação econômica e política. Esses encontros ajudaram a estabelecer confiança e um engajamento contínuo entre economias em desenvolvimento e desenvolvidas, oferecendo um modelo para um diálogo regional mais amplo. Em janeiro de 1989, inspirado pelo exemplo da ASEAN, o primeiro-ministro australiano Bob Hawke propôs a criação de um fórum para reforçar a cooperação econômica na região do Pacífico.

Mais tarde naquele ano, representantes de doze economias se reuniram em Canberra, na Austrália, para o primeiro encontro ministerial da APEC. Eles concordaram em continuar o diálogo por meio de reuniões anuais, levando ao estabelecimento oficial da APEC como um fórum regional de cooperação econômica. Em 1993, sob a liderança do presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, foi realizada a primeira Reunião de Líderes Econômicos da APEC em Blake Island, próximo a Seattle. Desde então, as cúpulas de alto nível dos membros da APEC ocorrem anualmente.

Com o tempo, a APEC expandiu tanto sua composição quanto sua agenda. Um marco importante ocorreu em 1994, quando os líderes acordaram as Metas de Bogor, que visavam o comércio e o investimento livres e abertos na região Ásia-Pacífico até 2010 para economias industrializadas e até 2020 para economias em desenvolvimento. No ano seguinte, a Agenda de Ação de Osaka delineou como os membros alcançariam essas metas por meio da liberalização comercial, facilitação de negócios e cooperação econômica e técnica.

Outro grande avanço ocorreu em 1996 com a criação do Conselho Consultivo Empresarial da APEC (ABAC), que fornece ao setor privado um canal direto para influenciar as discussões políticas. Isso ajudou a alinhar as prioridades da APEC com as necessidades das empresas da região.

Além do comércio, a APEC tem apoiado projetos colaborativos em áreas como energia, educação, inovação digital e outros setores. Um exemplo é sua participação em iniciativas globais de dados como a Joint Oil Data Initiative (JODI). Lançada em 2001, a JODI coleta e compartilha dados confiáveis sobre energia — especialmente sobre produção e consumo de petróleo — entre os países participantes. Isso melhora a transparência nos mercados de energia e auxilia governos e indústrias na tomada de decisões informadas.

Membros da APEC

Atualmente, a APEC reúne 21 economias membros, termo usado intencionalmente em vez de “países” para refletir a abordagem flexível e inclusiva do fórum. Essa designação permite a participação de entidades não soberanas, como Taipé Chinês (Taiwan) e Hong Kong, que não são reconhecidas como Estados independentes por todos os membros, mas que, ainda assim, desempenham papéis econômicos significativos na região.

Este mapa mundial destaca em verde as economias membros da APEC, enquanto todos os demais países e regiões aparecem em cinza. O mapa usa uma projeção cilíndrica, exibindo o mundo com o Oceano Pacífico no centro. As áreas em verde incluem países como os Estados Unidos, Canadá, México, Chile, Peru, Austrália, Nova Zelândia, Rússia, China, Japão, Coreia do Sul, Indonésia, Filipinas, Tailândia, Malásia, Vietnã, Papua-Nova Guiné, Singapura, Brunei, Hong Kong e Taiwan. O fundo cinza cria um forte contraste, fazendo com que os países em verde se destaquem com clareza. Esta imagem enfatiza eficazmente o amplo alcance geográfico da APEC em ambos os lados do Oceano Pacífico.
Mapa que mostra todos os membros atuais da APEC. Imagem de domínio público.

Os membros da APEC e seus respectivos anos de admissão são:

  • Austrália (1989)
  • Brunei Darussalam (1989)
  • Canadá (1989)
  • Chile (1994)
  • Taipé Chinês (Taiwan) (1991)
  • Hong Kong, China (1991)
  • Indonésia (1989)
  • Japão (1989)
  • Malásia (1989)
  • México (1993)
  • Nova Zelândia (1989)
  • Papua-Nova Guiné (1993)
  • República Popular da China (1991)
  • Peru (1998)
  • Filipinas (1989)
  • República da Coreia (1989)
  • Rússia (1998)
  • Singapura (1989)
  • Tailândia (1989)
  • Estados Unidos (1989)
  • Vietnã (1998)

Desde sua fundação em 1989, a APEC expandiu gradualmente sua membresia, mas também impôs, periodicamente, moratórias na admissão de novas economias. Economias como a Índia, a Colômbia e outras já manifestaram interesse em ingressar, mas ainda não foram aceitas. Um dos critérios informais para adesão é possuir uma costa banhada pelo Oceano Pacífico, embora nem sempre isso tenha sido rigorosamente aplicado.

Além de seus membros, a APEC reconhece três observadores oficiais: a Secretaria da ASEAN, a Secretaria do Fórum das Ilhas do Pacífico e o Conselho de Cooperação Econômica do Pacífico. Essas organizações participam das discussões e contribuem para o alinhamento e a cooperação regionais.

Estrutura Institucional da APEC

A estrutura da APEC foi concebida para ser flexível e não vinculativa. Não há um tratado fundador nem um marco legal que regulamente o fórum. Em vez disso, suas atividades são guiadas por interesses comuns e compromissos voluntários.

O fórum opera por meio de várias camadas institucionais principais:

  • Reunião de Líderes Econômicos da APEC: Este é o encontro de mais alto nível dentro da APEC, realizado anualmente e com a presença dos chefes de governo ou seus representantes. Taipé Chinês (Taiwan), por razões diplomáticas, é representado por um alto funcionário de nível ministerial, e não por um presidente. Essas reuniões definem a direção estratégica geral do fórum e são conhecidas por seu perfil simbólico, como o uso de trajes tradicionais do país anfitrião por todos os líderes.
  • Reuniões Ministeriais: Encontros regulares com ministros de setores relevantes — como comércio, finanças, energia e educação — que trabalham na formulação de políticas cooperativas e na emissão de declarações conjuntas.
  • Reuniões de Altos Funcionários (SOMs): Altos funcionários de cada economia se reúnem várias vezes por ano para coordenar os trabalhos do fórum, preparar as reuniões de nível superior e supervisionar a implementação de projetos. Eles atuam como a espinha dorsal operacional do processo decisório da APEC.
  • Grupos de Trabalho e Comitês: Esses grupos especializados se concentram em áreas temáticas como comércio e investimento, economia digital, pequenas e médias empresas, saúde, educação e sustentabilidade ambiental. Eles implementam projetos de cooperação técnica, promovem o intercâmbio de informações e ajudam a alinhar políticas nacionais.
  • Conselho Consultivo Empresarial da APEC (ABAC): Criado em 1996, o ABAC permite que o setor privado forneça recomendações diretamente aos líderes da APEC. Cada economia membro nomeia três líderes empresariais para representar seus interesses. O ABAC envia recomendações anuais e muitas vezes desempenha um papel central na definição das prioridades econômicas e comerciais do fórum.
  • Secretariado da APEC: Localizado em Singapura, o Secretariado apoia todas as funções administrativas, técnicas e logísticas da APEC. Ele assegura a continuidade entre os países anfitriões rotativos, coordena as comunicações, gerencia projetos e auxilia no monitoramento da implementação de iniciativas.

Juntas, essas camadas formam uma estrutura descentralizada, mas bem coordenada, que equilibra flexibilidade com funcionalidade. O modelo institucional da APEC permitiu que ela se adaptasse às dinâmicas regionais em constante mudança, mantendo-se como uma plataforma estável de cooperação econômica entre um grupo diverso de economias.

Fotografia histórica de líderes da APEC em pé no deque superior de um navio ou balsa branca, acenando para a câmera. Há cerca de dezesseis pessoas, todos homens, vestidos com roupas que variam do semiformal ao casual, incluindo casacos, jaquetas e cachecóis. No centro do grupo está o presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, sorrindo e acenando, o que sugere que a imagem foi tirada durante a cúpula da APEC de 1993 em Seattle. A embarcação possui grades metálicas e painéis de malha, com um salva-vidas circular vermelho visível no centro. Uma bandeira dos Estados Unidos está montada com destaque acima do grupo, tremulando ao vento. O céu está nublado, conferindo uma atmosfera cinzenta e fria. Os líderes parecem animados, unidos em um momento informal e descontraído de diplomacia.
A primeira reunião da APEC foi realizada em 1993, nos Estados Unidos. Imagem de domínio público.

Principais Objetivos e Iniciativas da APEC

A missão central da APEC é promover o crescimento econômico sustentável, maior integração regional e prosperidade compartilhada entre suas 21 economias membros. Ela busca alcançar isso por meio de três pilares principais de atuação:

  • Liberalização do Comércio e Investimento: Desde sua criação, a APEC tem se concentrado na promoção do comércio e investimento livres e abertos na região Ásia-Pacífico. Seu objetivo é eliminar barreiras comerciais e de investimento, como a redução de tarifas e a eliminação de cotas de importação.
  • Facilitação de Negócios: A APEC tem trabalhado para simplificar procedimentos aduaneiros, aumentar a transparência e harmonizar padrões regulatórios. O foco é estabelecer mercados abertos e competitivos dentro de cada economia membro e entre elas.
  • Cooperação Econômica e Técnica (Ecotech): A APEC apoia o fortalecimento de capacidades, o desenvolvimento de habilidades e o compartilhamento de conhecimentos entre seus membros. Este pilar é especialmente importante para ajudar as economias em desenvolvimento a alcançar os demais membros e a se beneficiar plenamente da integração regional.

Um dos marcos mais importantes da história da APEC é a adoção das Metas de Bogor em 1994. Nomeadas em referência à cidade indonésia onde foram acordadas, essas metas comprometeram as economias membros a alcançar o comércio e o investimento livres e abertos até 2010 para os membros industrializados e até 2020 para os em desenvolvimento. As Metas de Bogor estabeleceram uma visão de longo prazo clara para as prioridades do bloco, mas ainda permanecem como um projeto em andamento.

Para ajudar a alcançar essas metas, a APEC desenvolveu a Agenda de Ação de Osaka em 1995. Ela delineou etapas específicas para atingir cada um dos pilares do fórum, promovendo iniciativas em diversas áreas, como:

  • Crescimento digital e inclusivo, incluindo políticas para reduzir a exclusão digital, especialmente em comunidades rurais e carentes.
  • Empoderamento econômico de mulheres e grupos marginalizados.
  • Sustentabilidade ambiental, com políticas voltadas para energia limpa, eficiência energética, redução de riscos de desastres e resiliência climática.
  • Fortalecimento dos sistemas de saúde e educação, como a preparação das economias membros para lidar com crises de saúde pública e pandemias.

Embora o progresso tenha sido desigual e amplamente dependente das políticas domésticas de cada economia, o modelo flexível e inclusivo da APEC permitiu que ela evoluísse de acordo com as necessidades da região.

A Área de Livre Comércio da Ásia-Pacífico (FTAAP)

Um dos objetivos mais ambiciosos da APEC a longo prazo é a eventual criação da Área de Livre Comércio da Ásia-Pacífico (FTAAP) — um acordo comercial abrangente que incluiria todas as 21 economias membros da APEC. O objetivo da FTAAP é aprofundar a integração econômica regional consolidando e harmonizando os numerosos acordos comerciais bilaterais e regionais já existentes na Ásia-Pacífico.

Embora a ideia tenha circulado desde a década de 1960, ela ganhou impulso formal em 2006, quando os líderes da APEC reunidos em Hanói aprovaram o conceito da FTAAP como forma de avançar os objetivos de liberalização comercial do fórum. A proposta foi motivada pela falta de progresso nas negociações comerciais globais, especialmente a Rodada de Doha no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC). Além disso, muitos governos queriam superar o crescente “emaranhado de noodles” de acordos comerciais sobrepostos na região, como:

  • O Acordo Abrangente e Progressivo para a Parceria Transpacífica (CPTPP), que inclui 11 economias da APEC.
  • A Parceria Econômica Regional Abrangente (RCEP), um pacto comercial entre 15 países da Ásia-Pacífico, incluindo 12 membros da APEC.
  • O Quadro Econômico Indo-Pacífico para a Prosperidade (IPEF), uma iniciativa liderada pelos Estados Unidos para moldar regras e padrões econômicos na região.

Embora essa rede complexa de acordos torne o comércio regional ineficiente, a FTAAP seria um único acordo comercial que poderia, potencialmente, unir grandes economias como os Estados Unidos, a China e a Rússia.

Na cúpula da APEC de 2014, em Pequim, os líderes concordaram em lançar um estudo estratégico coletivo sobre a viabilidade da FTAAP, que foi concluído até o fim de 2016. Em 2021, a visão da FTAAP foi brevemente reafirmada na Visão Putrajaya 2040 da APEC, que enfatizou a importância da continuidade da integração econômica regional. Em 2022, a APEC adotou uma abordagem mais estruturada ao lançar o Plano de Trabalho da Agenda FTAAP 2023–2026, que descreve medidas para preparar as economias membros por meio do compartilhamento de informações, fortalecimento de capacidades e cooperação técnica.

Nos últimos anos, a APEC tem buscado manter viva a visão da FTAAP, especialmente durante a cúpula de 2024 no Peru, onde os membros adotaram a Declaração de Ichma, conclamando a uma “nova análise” da agenda da FTAAP. A declaração destacou a cooperação técnica e o fortalecimento de capacidades como ferramentas para preparar as economias para uma eventual participação em uma zona de livre comércio.

No entanto, os avanços concretos rumo à criação da FTAAP continuam limitados. Apesar do contínuo interesse dos membros da APEC pela integração comercial regional, mudanças políticas, o aumento do protecionismo e a complexidade de harmonizar os acordos comerciais existentes têm gerado ceticismo sobre a possibilidade de a FTAAP ir além do discurso. Embora permaneça como uma aspiração de longo prazo, sua presença contínua na agenda da APEC sinaliza o compromisso duradouro do fórum com a integração regional e a cooperação econômica — mesmo em tempos de incerteza política e transformações globais.

Cúpulas da APEC

  • 1989 (Canberra, Austrália): A APEC foi fundada como um diálogo ministerial informal entre 12 economias da orla do Pacífico.
  • 1990 (Singapura): Foram feitos preparativos para a ampliação da APEC.
  • 1991 (Seul, Coreia): China, Hong Kong e Taipé Chinês ingressaram na APEC.
  • 1992 (Bangcoc, Tailândia): Realizada a quarta reunião ministerial.
  • 1993 (Blake Island, Estados Unidos) (Declaração de Visão Econômica dos Líderes da APEC): Primeira reunião de líderes. México e Papua-Nova Guiné aderiram à APEC.
  • 1994 (Bogor, Indonésia) (Declaração de Determinação Comum dos Líderes Econômicos da APEC): Os membros adotaram as Metas de Bogor e discutiram a conclusão da Rodada do Uruguai.
  • 1995 (Osaka, Japão) (Declaração de Ação dos Líderes Econômicos da APEC): Aprovação da Agenda de Ação de Osaka e criação do Conselho Consultivo Empresarial da APEC.
  • 1996 (Manila, Filipinas) (Da Visão à Ação): Adoção do Plano de Ação de Manila, composto por planos de ação coletivos e individuais para liberalização comercial.
  • 1997 (Vancouver, Canadá) (Conectando a Comunidade da APEC): Apoio à liberalização setorial antecipada e atualizações anuais dos planos de ação individuais.
  • 1998 (Kuala Lumpur, Malásia) (Reforçando as Bases para o Crescimento): Introdução do Roteiro para o Comércio Eletrônico. Além disso, Peru, Rússia e Vietnã ingressaram como membros da APEC.
  • 1999 (Auckland, Nova Zelândia) (O Desafio de Auckland): Os membros assumiram compromissos com reformas regulatórias, comércio sem papel, facilitação de viagens e inclusão de gênero.
  • 2000 (Bandar Seri Begawan, Brunei Darussalam) (Entregando à Comunidade): A APEC lançou sua Agenda de Ação para a Nova Economia, com metas para expandir o acesso à internet e a inclusão digital.
  • 2001 (Xangai, China) (Enfrentando Novos Desafios no Novo Século): A APEC emitiu sua primeira declaração contra o terrorismo, adotou o Acordo de Xangai e aprovou a Estratégia e-APEC.
  • 2002 (Los Cabos, México) (Ampliando os Benefícios da Cooperação): A APEC lançou a iniciativa STAR para comércio seguro e adotou declarações sobre facilitação do comércio e economia digital.
  • 2003 (Bangcoc, Tailândia) (Parceria para o Futuro): Os membros discutiram a reforma do sistema financeiro internacional, o desenvolvimento do mercado de títulos e a promoção da segurança sanitária regional após a SARS.
  • 2004 (Santiago, Chile) (Uma Comunidade, Nosso Futuro): A APEC adotou a Agenda dos Líderes para Implementar Reformas Estruturais. Os membros também discutiram boas práticas para acordos de livre comércio e aprovaram o Compromisso de Santiago de Combate à Corrupção.
  • 2005 (Busan, Coreia) (Rumo a Uma Só Comunidade: Enfrentar o Desafio, Fazer a Mudança): Os membros concluíram a revisão intermediária das Metas de Bogor, além de lançarem o Roteiro de Busan para as Metas de Bogor e o Marco de Privacidade da APEC.
  • 2006 (Hanói, Vietnã) (Rumo a uma Comunidade Dinâmica para o Desenvolvimento Sustentável e a Prosperidade): Os membros lançaram o Plano de Ação de Hanói e implementaram reformas no Secretariado da APEC.
  • 2007 (Sydney, Austrália) (Fortalecendo Nossa Comunidade, Construindo um Futuro Sustentável): A APEC lançou sua primeira declaração sobre mudança climática, aprovou o relatório de integração regional e elaborou um novo plano para facilitar o comércio regional.
  • 2008 (Lima, Peru) (Um Novo Compromisso com o Desenvolvimento da Ásia-Pacífico): Os membros responderam à crise financeira global promovendo as negociações da Rodada de Doha e adotando um Plano de Ação para Facilitação de Investimentos.
  • 2009 (Singapura) (Manter o Crescimento, Conectar a Região): A APEC lançou a Estrutura de Conectividade da Cadeia de Suprimentos e estabeleceu metas para promover a facilitação de negócios nas economias membros.
  • 2010 (Yokohama, Japão) (Mudança e Ação): Os membros revisaram seu progresso na implementação das Metas de Bogor e apresentaram estratégias de longo prazo para o crescimento econômico.
  • 2011 (Honolulu, Estados Unidos) (Rumo a uma Economia Regional Integrada): Os membros se comprometeram a reduzir tarifas sobre bens ambientais para 5% ou menos.
  • 2012 (Vladivostok, Rússia) (Integrar para Crescer, Inovar para Prosperar): Os membros aprovaram uma lista de bens que contribuem positivamente para o desenvolvimento sustentável, bem como um Capítulo Modelo sobre Transparência, para servir de referência em novos acordos comerciais.
  • 2013 (Bali, Indonésia) (Ásia-Pacífico Resiliente, Motor do Crescimento Global): Os membros lançaram iniciativas de parcerias público-privadas da APEC e realizaram a primeira reunião ministerial conjunta sobre Mulheres e Pequenas e Médias Empresas (PMEs).
  • 2014 (Pequim, China) (Agenda de Pequim para uma Ásia-Pacífico Integrada, Inovadora e Interconectada): Os membros aprovaram o roteiro para a FTAAP, adotaram o Plano de Conectividade da APEC e concordaram em dobrar a participação de fontes renováveis na matriz energética da região até 2030.
  • 2015 (Manila, Filipinas) (Construindo Economias Inclusivas, Construindo um Mundo Melhor): A APEC se concentrou em como integrar as PMEs aos mercados globais.
  • 2016 (Lima, Peru) (Crescimento de Qualidade e Desenvolvimento Humano): Os membros assumiram compromissos com a integração econômica regional e com a modernização das PMEs.
  • 2017 (Da Nang, Vietnã) (Criando um Novo Dinamismo, Promovendo um Futuro Compartilhado): Os membros discutiram economia digital, competitividade de pequenos negócios e agricultura adaptada ao clima.
  • 2018 (Port Moresby, Papua-Nova Guiné) (Aproveitando Oportunidades Inclusivas, Abraçando o Futuro Digital): A APEC aprovou a Agenda de Ação para a Economia Digital e enfatizou a importância do comércio baseado em regras e da inovação.
  • 2019 (Santiago, Chile) (Conectando Pessoas, Construindo o Futuro): Os membros finalizaram o Roteiro de La Serena para o Crescimento Inclusivo das Mulheres. Também lançaram iniciativas sobre lixo marinho e pesca ilegal.
  • 2020 (Kuala Lumpur, Malásia) (Otimizar o Potencial Humano para um Futuro de Prosperidade Compartilhada): Os membros anunciaram a Visão Putrajaya 2040, composta por três pilares: 1) comércio e investimento; 2) inovação e digitalização; e 3) crescimento forte, equilibrado, seguro, sustentável e inclusivo.
  • 2021 (Wellington, Nova Zelândia) (Unir, Trabalhar, Crescer. Juntos): Esta foi a primeira cúpula totalmente virtual da APEC, devido à pandemia de Covid-19. Os membros aprovaram o Plano de Ação de Aotearoa para implementar a Visão Putrajaya 2040 e coordenar o comércio de vacinas e a resposta climática.
  • 2022 (Bangcoc, Tailândia) (Abrir. Conectar. Equilibrar): A APEC adotou os Objetivos de Bangcoc para a Economia Bio-Circular-Verde, a fim de orientar uma recuperação sustentável e inclusiva da pandemia.
  • 2023 (São Francisco, Estados Unidos) (Criando um Futuro Resiliente e Sustentável para Todos): Os membros aprovaram a Declaração da Golden Gate, incluindo compromissos para integrar inclusão e sustentabilidade às políticas comerciais, além de princípios sobre transição energética, segurança alimentar e redução de riscos de desastres.
  • 2024 (Lima, Peru) (Empoderar. Incluir. Crescer.): Os membros aprovaram a Declaração de Machu Picchu, reafirmando seu compromisso com o crescimento inclusivo e sustentável, e o Roteiro de Lima para a Promoção de uma Transição para Economias Formais e Globais (2025–2040). Além disso, por meio da Declaração de Ichma, afirmaram seu apoio à implementação da Área de Livre Comércio da Ásia-Pacífico (FTAAP).
Uma foto de grupo contemporânea tirada na cúpula da APEC de 2024 no Peru, mostrando uma formação formal de líderes mundiais e representantes em pé sobre um palco com carpete vermelho, distribuídos em várias fileiras. O fundo é uma parede azul turquesa com as palavras “APEC ECONOMIC” e “APEC PERU 2024” em letras brancas, junto a um logotipo estilizado de sol ou engrenagem na cor laranja. A maioria dos indivíduos veste ternos formais ou trajes tradicionais, e todos usam um lenço marrom uniforme, símbolo costumeiro de unidade nas cúpulas da APEC. Figuras proeminentes como o presidente da China, Xi Jinping, o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, estão visíveis. O clima é formal, com a maioria dos participantes parados e com leves sorrisos. A iluminação é brilhante e bem distribuída, e a composição é simétrica e organizada, refletindo o caráter oficial e diplomático do evento.
Líderes dos membros da APEC na cúpula de 2024 no Peru. Imagem de domínio público.

Desafios da APEC

Apesar de seu amplo alcance, a APEC tem enfrentado críticas contínuas quanto à eficácia de sua estrutura e à inclusão de sua agenda.

Entre as principais preocupações está a natureza não vinculativa do fórum. Como a APEC opera por meio de compromissos voluntários e consenso, em vez de acordos obrigatórios, sua capacidade de promover uma implementação consistente de políticas entre as economias membros é limitada. Embora essa flexibilidade permita que economias diversas participem e avancem na cooperação em seu próprio ritmo, ela também significa que o progresso pode ser lento, desigual e difícil de medir, com poucos mecanismos de responsabilização.

Críticos também apontam o possível impacto da agenda orientada ao mercado da APEC sobre as regulamentações domésticas. Esforços para liberalizar o comércio e simplificar regulações, embora benéficos para a eficiência econômica, levantam preocupações sobre efeitos colaterais indesejados. Alguns desses possíveis retrocessos incluem o enfraquecimento de proteções trabalhistas, padrões ambientais e o acesso a bens essenciais, como medicamentos acessíveis. Esses temores são particularmente fortes entre grupos da sociedade civil e economias menores, que podem não ter capacidade para influenciar a direção mais ampla da APEC.

Outra crítica comum está relacionada à estrutura de membros da APEC e às percepções de exclusão. Vários países não membros, especialmente na Europa, expressaram frustração por estarem excluídos de um fórum que influencia normas comerciais globais. Da mesma forma, pequenas nações insulares do Pacífico, muitas das quais enfrentam ameaças existenciais devido às mudanças climáticas, não são representadas como participantes plenos, apesar de serem diretamente afetadas pelas iniciativas do bloco.

Tensões geopolíticas também têm dificultado o funcionamento da APEC nos últimos anos. A rivalidade crescente entre os Estados Unidos e a China frequentemente resulta em narrativas e prioridades concorrentes dentro do fórum, tornando o consenso mais difícil de alcançar. O isolamento diplomático da Rússia, especialmente após a sua invasão da Ucrânia, também tem desafiado a unidade dentro do grupo. Paralelamente, novas iniciativas regionais, como o Quadro Econômico Indo-Pacífico liderado pelos Estados Unidos (IPEF) — que inclui muitos membros da APEC, mas opera fora da estrutura do fórum — têm levantado dúvidas sobre fragmentação e a futura coerência dos esforços de integração econômica na região.

Essas dinâmicas têm imposto pressão adicional sobre as ambições de longo prazo da APEC, particularmente a visão de estabelecer uma Área de Livre Comércio da Ásia-Pacífico (FTAAP). Embora a FTAAP continue sendo um objetivo declarado e tenha sido reafirmada em declarações recentes, o progresso tangível tem sido limitado.

À medida que a APEC continua a evoluir, ela precisa enfrentar esses desafios estruturais, políticos e normativos para manter sua relevância e credibilidade em um ambiente internacional cada vez mais complexo.

Conclusão

Como um fórum que conecta algumas das maiores e mais diversas economias do mundo, a APEC desempenhou um papel vital na configuração do panorama econômico da região Ásia-Pacífico. Seu modelo flexível e orientado por consenso permitiu ampla participação e adaptabilidade, enquanto seu foco na liberalização, cooperação e inovação sustentou décadas de crescimento e integração. Ao mesmo tempo, a APEC enfrenta limitações reais devido às diferenças políticas entre seus membros e às pressões externas que afetam sua agenda. Sua capacidade de superar esses desafios e continuar promovendo avanços significativos dependerá de sua habilidade em se adaptar e traduzir visões compartilhadas em resultados concretos. Em uma era de incerteza global, a relevância futura da APEC poderá depender de quão bem ela equilibra ambição com pragmatismo.


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